terça-feira, 11 de outubro de 2011

NOVO BISPO DE PETROLINA


UM NOVO SUCESSOR DOS APOSTOLOS EM PETROLINA


                       Por Pe. Francisco José P. Cavalcante

Ora, como ouvirão aquele que não creram? E como crerão naquele que não ouvriam? E como o ouvirão , se ninguém o proclamar? E como o proclamarão , se não houver enviados? Assim é que está escrito: Quão bem-vindos os pés dos que  anunciam boas novas!” (Rom 10, 14-15)



A chegada de um bispo à uma diocese é sempre um acontecimento histórico. A figura de um bispo marca uma comunidade e Petrolina não apenas sabe, mas sente isto na pele. Os órgãos de imprensa sabem disso e procuram noticiar o acontecimento interessa mais diretamente aos católicos, mas também a outros seguimentos da sociedade. Para facilitar o trabalho dos interessados em notícias fizemos este artigo com informações sobre o novo bispo, sobre os preparativos e sobre a importância de um bispo no contexto eclesial, isto é da Igreja. Damos também sugestões para aprofundamento das matérias, caso seja necessário. 
No oitavo dia do mês de setembro, mês dedicado às missões, a Diocese de Petrolina recebe o seu sétimo bispo diocesano, D. Manoel dos Reis de Farias. O momento é de festa, mas também propício à reflexão sobre a importância do bispo na vida da Igreja.

Sobre o bispo na igreja Católica

O bispo é o pastor de uma Diocese, isto é, de “uma comunidade de fiéis cristãos, em comunhão na fé e nos sacramentos com seu bispo ordenado na sucessão apostólica” (Catecismo da Igreja Católica §§ 833). Sublinhamos as duas últimas palavras por achar conveniente explicar o sentido de “sucessão apostólica”. Com este termo a Igreja se refere ao fato de, cada bispo, fazer parte de uma corrente de pastores que tem início no grupo dos Doze, criado pelo próprio Jesus. A imagem mais simples para se explicar isto é a de uma imensa corrente formada por milhares de argolas, sendo que cada uma representa um bispo da Igreja Católica. Assim, as primeiras doze argolas são os doze Apóstolos. Como uma delas se perdeu – a que representa Judas Iscariotes, o traidor de Jesus – os onze sentiram necessidade de substituí-la, para que a corrente continue a cresce.
A substituição da argola perdida é narrada pelos Atos dos Apóstolos. Com esta finalidade os onze Apóstolos se reuniram em oração, pediram a assistência do Senhor e tiraram a sorte. O escolhido foi Matias (At 1,23-26), um dos 70 discípulos de Jesus e que se tornou o primeiro bispo a receber o ministério episcopal diretamente das mãos dos Apóstolos. Da nomeação de Matias para cá, a corrente cresce, todas as vezes que um bispo é escolhido, nomeado e confirmado pelo Santo Padre, o Papa, bispo de Roma. 
A importância do bispo na Igreja Católica é, ainda, melhor entendida compreendida quando se compreende a frase latina Ubi episcopus, ibi ecclesia. A tradução é  Onde há bispo, ali está a Igreja” e atribuída a Santo Inácio de Antioquia (35-110 d.C) que foi discípulo de S. João (Apóstolo e Evangelista), conheceu S. Paulo e sucedeu S. Pedro na diocese de Antioquia, na Síria.
A frase realça o valor da UNIDADE que uma das quatro características da Igreja Católica.  As outras três são: católica, apostólica e romana. A característica da unidade faz referencia à organização hierárquica. Esta está relacionada à garantia de sua unidade (UNA) e, em certos aspectos, à  validade dos sacramentos e da sua liturgia. Santo Inácio muito enfatizou, em suas cartas, a importância de se preserve a unidade da Igreja de Cristo. Veja-se, por exemplo, este texto colhido numa das cartas de Santo Inácio à Igreja de Éfeso e na qual ele tece belíssimas analogias relacionando a unidade à manifestações musicais:
"Convém estardes sempre de acordo com o modo de pensar do vosso Bispo. Por outro lado, já o estais, pois o vosso presbitério, famoso justamente por isto e digno de Deus, sintoniza com o Bispo da mesma forma que as cordas de uma harpa. Com vossos sentimentos unânimes, e na harmonia da caridade, constituís um canto a Jesus Cristo. Mas também cada um deve formar juntamente com os outros, um coro. A concórdia fará com que sejais uníssonos. A unidade vos fará tomar o dom de Deus, e podereis cantar a uma só voz ao Pai por Jesus Cristo. Também ele, então, escutar´vos´á e reconhecerá pelas obras que sois membros do seu Filho. Importante, por conseguinte, vivermos numa irrepreensível unidade. Assim poderemos participar constantemente da união com Deus”. (ANTIOQUIA, Inácio de. Carta aos Efésios,4. In http//pt.wikipedia.org/wiki. ).
Aos que resistem a viver em unidade com o bispo ele chama de orgulhosos:
"Se a oração de duas pessoas juntas tem tal força, quanto mais a do bispo e de toda a Igreja! Aquele que não participa da reunião é orgulhoso e já está por si mesmo julgado, pois está escrito: "Deus resiste aos orgulhosos." Tenhamos cuidado, por tanto, para não resistirmos ao Bispo, a fim de estarmos submetidos a Deus.". (ANTIOQUIA, Inácio de. Carta aos Efésios,5. In http//pt.wikipedia.org/wiki. ).
A Diocese de Petrolina, criada em 30 de novembro de 1923, pelo Papa Pio XI   foi governada até o presente ano, por seis bispos: D. Antônio Maria Malan(1924-1931), D. Idílio José Soares  ( 1933-1943), D..Avelar Brandão Vilella (1946-1956), D. Antônio Campelo de Aragão (1957-1975), D. Gerardo Andrade Ponte (1975-1985), D. Paulo Cardoso da Silva (1985-2011). Com a  renuncia deste, devido ter atingido a idade limite, um novo bispo foi nomeado para Petrolina. Trata-se de D. Manoel dos Reis de Farias, bispo de Patos (PB), nomeado e transferido pelo Papa Bento XVI aos 27 de julho do corrente ano para Petrolina.
Informações sobre eles podem ser acessadas abrindo-se a o site da Diocese (www.diocesedepetrolina.org.br), setor História e, no interior deste, na História da Diocese de Petrolina e dos seus Bispos. Maiores informações sobre o episcopado de D. Paulo Cardoso podem ser encontradas no artigo: “Paulo em Petrolina” ao qual se chega clicando-se no ícone colocado à direita, representando um padre olhando para uma cruz( S. João Maria Vianney).  



Sobre os preparativos

Desde que foi feito o anúncio de nomeação do novo bispo, a Diocese de Petrolina, entrou em clima de preparação. O Administrador Apostólico, D. Paulo, reuniu o  Conselho Presbiteral para discutir sobre as providencias a tomar. Foram então criadas varias comissões, cada qual encabeçada por um padre. A liturgia ficou a cargo do Pe. Givanildo, a recepção do bispo e de visitantes, segurança, etc (Pe. Francisco Augusto), preparação do Palácio Diocesano (Pe. Milton Porfírio dos Santos).
Dentro das possibilidades tudo está preparado para a recepção e posse. Liturgia, estrutura física de recepção (palanque,som,outdoors, etc), reformas na residência do bispo (reformas das janelas que já mal se sustentavam no lugar, limpeza do antigo piso), comunicação (panfletos, santinhos, folhas de cântico). Tudo foi realizado com a colaboração, inclusive financeira, dos católicos da cidade. Até mesmo o exército enviou homens para colaborar com so preparativos. A polícia rodoviária federal está empenhada na segurança. Muitos fiéis ajudaram, inclusive doando móveis e objetos para melhorar as condições de conforto da residência do bispo. Um coral formado por quarenta pessoas foi preparado, pelo Pe. Marcos Leite, para sustentar os cânticos durante a missa.


Programação de acolhida


 Para receber o novo pastor a Igreja que está em Petrolina se prepara desde o momento do anúncio. A programação foi construída sob a direção de D. Paulo Cardoso, bispo emérito de Petrolina e, atualmente, Administrador Apostólico, mas em sintonia com os desejos do novo bispo e com a participação do presbitério diocesano.
A chegada acontecerá no dia oito de outubro. Neste dia, o bispo sairá de Salgueiro, onde terá pernoitado, e viajará para Petrolina. A entrada no território geográfico onde está a Igreja de Petrolina, acontecerá aproximadamente às 09h:00 quando haverá uma breve parada no limite no projeto Brígida, no ponto onde se faz o limite entre a diocese de Petrolina e a de Salgueiro. No preciso momento o Administrador Apostólico e bispo emérito de Petrolina, entregar-lhe-á a chave da Diocese. Às dez horas o bispo fará uma parada na entrada da cidade de Orocó, onde o bispo será  recebido pela comunidade local presidida pelo Vigário o Pe. Expedito Claudino dos Santos. Ainda em Orocó ele abençoará um monumento homenageando S. Sebastião, padroeiro daquela paróquia. Um outra parada acontecerá na passagem pela entrada do Progeto Caraíbas. Ao meio dia, um momento mais demorado acontecerá em Santa Maria da Boa Vista, onde será recebido pela comunidade paroquial pastoreada pelo Pe. Francisco Xavier de Queirós. Lá ele almoçará e repousará, na Casa Paroquial. Às 15h00s será a vez da comunidade católica de Lagoa Grande, homenagear o novo bispo. À frente estarão  o vigário o Pe Antônio Moreno Pinto, auxiliado pelo Diácono Juracy. A recepção acontecerá ao som de um hino composto e enviado pelo Mons. Antônio Malan da Alemanha, onde se encontra em missão especial, junto à comunidade portuguesa.  Às 16h30 a comunidade católica petrolinense receberá o bispo na Serra da Santa, onde estarão à espera uma grande comitiva com várias autoridades petrolinenses. Entre várias estará o prefeito Dr. Julio Lócio, que entregará as chaves da cidade. Às 17h30 a comitiva partirá da Serra da Santa e fará entrada na cidade.
O bispo chegará à sua Catedral em carro aberto. À espera, estarão: uma multidão de fieis, muitos bispos, padres, religiosos e amigos do bispo. A pedido do próprio D. Manoel, a cerimônia não deverá ser demorada. Ele receberá o governo da Diocese das mãos do Arcebispo de Olinda e Recife, D. Fernando Saburido. A calorosa recepção inclui o canto do hino de aclamação, preparado por D. Paulo Cardoso. Na ocasião serão distribuídos santinhos com a foto de D. Manoel e o seu brasão.
Ao descer do carro o bispo começará a cumprir o ritual previsto para a ocasião, entrando na Catedral e fazendo um momento de oração diante do Santíssimo Sacramento. Em seguida se paramentará com vestes litúrgicas e entrará em cortejo, na área da celebração, ao som da “Marcha da Igreja”. 
No palanque preparado, a bula de nomeação será apresentada ao Colégio de Consultores que declarará a sua autenticidade. Em seguida o Arcebispo de Olinda e Recife, D. Fernando Saburido, entregará o governo da Diocese através de um ato simbólico – a entrega do báculo episcopal.
Após a missa falarão: um representante do presbitério de Patos (PB), representante dos leigos (Joséilson Brandão e a esposa Gorete), uma representante da CRB, representando os religiosos; o Vigário Geral (Pe. Milton Porfírio dos Santos), o Prefeito (Sr. Julio Lopes), o Governador do Estado de Pernambuco ou um representante.

Perfil do novo Apóstolo de Petrolina[1]


            O sétimo bispo diocesano, D. Manoel  dos Reis de Farias nasceu em Serra Verde, município de Orobó, Pernambuco, em 23 de abril de 1946. Seus pais eram  Severino Francisco Alves  e Josefa, esta falecida quando ele era ainda criança. Viúvo,  o pai contraiu um novo matrimônio e então confiou os três filhos a avó Dona Benvenuta. Manoel cresceu seguindo a profissão dos pais, agricultor. Na escola logo ganhou destaque entre os colegas. Aos 12 anos sentiu-se animado a abraçar a vocação sacerdotal, sob o incentivo da professora de religião, Judite, e por um sobrinho da mesma. Um momento determinante na sua história vocacional foi o convite realizado por um padre, através de um programa de rádio, ao sacerdócio. No programa radiofônico o padre falava sobre a escassez de operários para a Messe do Senhor.
O jovem, Manoel, cursou o primeiro e segundo graus no Colégio Pio XII dos Irmãos Maristas, em Surubim, Pernambuco e aos 17 anos, tinha claro no coração o chamado por Deus ao sacerdócio e logo entrou no seminário. Os estudos filosóficos aconteceram no Instituto Estrela Missionária em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, e os teológicos na Escola Teológica do Mosteiro de São Bento em Olinda, Pernambuco. Sua ordenação diaconal aconteceu em 06 de janeiro de 1982 e, exatamente um ano depois,  recebeu o presbiterato em Nazaré da Mata, Pernambuco. É também formado em Direito Canônico, pelo Instituto Superior do Rio de Janeiro, instituição filiada à Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Grande parte de sua história de serviços à Igreja aconteceu em Pernambuco, pois exerceu os cargos de: reitor da Casa de Formação dos Seminaristas da Diocese de Nazaré (1985-1986), Vice-Reitor do Seminário Arquidiocesano de Olinda e Recife (1987), pároco de São Sebastião, em Machados (1988-1990), Pároco do Divino Espírito Santo em Paudalho, Diretor Espiritual dos seminaristas maiores da Diocese de Nazaré (1990 até novembro de 2001) e de membro do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultores da Diocese de Nazaré. Em 08 de agosto de 2001 o Papa João Paulo II convocou-o para o episcopado, nomeando-o bispo de Patos, na Paraíba. Lá ele substituiu o bispo D. Gerardo Andrade Ponte, que fora o quinto bispo de Petrolina.
 A sagração episcopal de D. Manoel aconteceu na catedral de Nazaré da Mata aos 10 de novembro de 2001 e foi presidida por D. Jorge Tobias de Freitas. A posse do governo da Diocese de Patos ocorreu no estádio Municipal José Cavalcante em primeiro de dezembro de 2001. Em solenidade grandiosa D. Manoel recebeu o governo da diocese de D. Gerardo Andrade Ponte.
Em Patos, D. Manoel, conquistou o povo paraibano com o seu jeito simples e amigo de ser. Diariamente entra em contacto com os diocesanos através do programa Palavra de Fé, transmitido pela rádio Espinhara (AM e FM), esta última conquistada durante o seu episcopado. Preocupado com o alto consumo de drogas, por jovens da região diocesana, incentivou a instalação de uma Fazenda da Esperança no território de sua diocese. Para isto contou com o apoio do governo paraibano e dos fundadores da instituição: Frei Hans Stapel e Nelson Rosendo.
D. Manoel também investiu na formação dos sacerdotes, tendo ordenado mais de quinze jovens, durante o seu episcopado. O aumento do número de padres possibilitou a criação de mais de 15 paróquias. Além de padres, o bispo ordenou também diáconos permanentes. Em 18 de maio de 2003 Dom Manoel abençoou a pedra fundamental do Santuário de N. Sra. do Perpétuo Socorro em Patos. O empreendimento é uma iniciativa do Pe. Jair Jacó Tomasella e pretende ser o maior santuário do Nordeste. Tantas outras realizações marcaram a presença de D. Manoel em Patos. Em 2009 presidiu as celebrações do cinqüentenário da Diocese. Dez anos após a nomeação episcopal, o Senhor chama D. Manoel a uma nova missão, ser bispo da feliz Petrolina. 
Outras informações podem ser solicitadas ao Pe. Francisco José P. Cavalcante. Telefone (087) 3861,2874; email: edra55@hotmail.com  


[1] Cf. LUCENA, Damião. D. Manuel dos Reis de Farias. In Diocese em Revista. Revista comemorativa do   cinqüentenário da Diocese de Patos. Patos, 2009;  Notícias diversas colhidas em sites da região de Patos

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