quarta-feira, 4 de julho de 2012

DIOCESE DE FLORESTA ESTÁ REALIZANDO A ESCOLA DE FORMAÇÃO MISSIONÁRIA


Acontece desde o dia 26 de Junho na Cidade de Floresta, a Escola de Formação Missionária, com objetivo de formar leigos e animadores da Comunidade para atuarem nas mesmas. A Escola se estende até o dia 10 de Julho, próxima terça-feira, da paróquia de Inajá, nesta etapa, estão participando os animadores Leandro Bruno e Cícero.
Nos últimos vinte anos o Brasil sofreu mudanças significativas, ao mesmo tempo o Nordeste, os projetos de desenvolvimento permitiram uma nova ordem sócio-economica-politico – cultural. O acesso a informação e a educação superior criaram novas formas dos leigos/as vivenciarem a fé e a vida comunitária, neste contexto estão inseridas as CEB´S e seus animadores  que precisam dialogar com esta nova realidade.
Quero lembrar aqui uma das interrogações feitas pelo documento 92 da CNBB: As CEBS, nascidas num contexto ainda em grande parte rural serão capazes de se adaptar aos centros urbanos, que têm um ritmo de vida diferente e são caracterizados por uma realidade plural?
As mudanças profundas nos campos econômicos, político, cultural e religioso, o avanço da globalização desfez fronteiras geográficas e sociais, mas ao mesmo tempo provocou mudanças nas formas de relacionamentos, sobretudo no aspecto comunitário. A liberdade é marcada pelo forte apelo ao individualismo. Comblin em seu livro Vocação para a Liberdade diz:
[...] Deixam a preocupação com a liberdade do universo. Querem ser livres individualmente. O que lhes interessa é sua liberdade individual. A humanidade não existe. Somente existem indivíduos. COMBLIN, p. 212.
O grande desafio da nossa missão está em restabelecer os laços comunitários, cada vez mais no Nordeste temos o aumento de pessoas nos grandes centros, exigindo uma nova maneira de evangelizar de dialogar não somente com a cidade, mas com as diferentes manifestações dentro da própria Igreja e nas nossas comunidades. Vemos que novas formas de vivencia comunitárias, novos grupos e lideranças estão surgindo em nosso meio, nos lembra Comblin:
O que vemos é um retorno ao passado, aqui ressalto que este retorno não é só por parte da Igreja, mas também em relação à sociedade que de um modo geral está no ciclo do retorno a este passado. É certo que atualmente não podemos pensar nossa ação missionária no nordeste no mesmo contexto de 20 anos atrás.
         O avanço do Nordeste mostrado nas propagandas mostra uma grande desigualdade regional, excludente e não sustentável, pois parte da lógica do capitalismo que tem como característica principal a exploração. A conjuntura atual exige dos missionários e missionárias uma ação profética em meio as realidades vividas pelo povo nordestino, pois  o APOSTOLICAM ACTUOSITATEM, o Apostolado dos Leigos afirma:
“Os leigos exercem o seu apostolado multiforme tanto na Igreja como no mundo. Em ambos os planos se abrem vários campos de atividade apostólica de que queremos aqui lembrar os principais. São: as comunidades eclesiais, a família, a juventude, o meio social, as ordens nacional e internacional.”
         Nos últimos anos temos visto um grande recuo por parte do Cristianismo, formas de viver a fé que pareciam ter sido enterradas estão voltando. Diante das incertezas do futuro, muitos têm recuado e assumido velhas práticas conservadoras, que se notam pelas vestes, símbolos religiosos e discursos conservadores, mesmo diante deste marasmo não se pode desanimar.
Como dizia o grande Dom Helder Câmara “É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca.” Mesmo que chegue caindo os pedaços. Aqui é preciso lembrar a passagem Bíblica de Lucas 8, 22-25, Jesus é o Timoneiro que está guiando o barco e nem mesmo as mais fortes tempestades podem vencê-lo.

Podemos seguir adiante...
Texto: http://efmissionaria.blogspot.com.br/


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