Acontece desde o dia 26 de Junho na Cidade de Floresta, a Escola de
Formação Missionária,
com objetivo de formar leigos e animadores da Comunidade para atuarem nas mesmas. A Escola se estende até o dia 10 de Julho, próxima terça-feira,
da paróquia de Inajá, nesta etapa, estão participando os animadores Leandro
Bruno e Cícero.
Nos últimos vinte anos o Brasil sofreu mudanças significativas, ao mesmo
tempo o Nordeste, os projetos de desenvolvimento permitiram uma nova ordem
sócio-economica-politico – cultural. O acesso a informação e a educação
superior criaram novas formas dos leigos/as vivenciarem a fé e a vida
comunitária, neste contexto estão inseridas as CEB´S e seus animadores que precisam dialogar com esta nova
realidade.
Quero lembrar aqui uma das interrogações feitas pelo documento 92 da
CNBB: As CEBS, nascidas num contexto ainda em grande parte rural serão capazes
de se adaptar aos centros urbanos, que têm um ritmo de vida diferente e são
caracterizados por uma realidade plural?
As mudanças profundas nos campos econômicos, político, cultural e
religioso, o avanço da globalização desfez fronteiras geográficas e sociais,
mas ao mesmo tempo provocou mudanças nas formas de relacionamentos, sobretudo
no aspecto comunitário. A liberdade é marcada pelo forte apelo ao
individualismo. Comblin em seu livro Vocação para a Liberdade diz:
[...] Deixam a preocupação com a liberdade do universo. Querem ser livres
individualmente. O que lhes interessa é sua liberdade individual. A humanidade
não existe. Somente existem indivíduos. COMBLIN, p. 212.
O grande desafio da nossa missão está em restabelecer os laços
comunitários, cada vez mais no Nordeste temos o aumento de pessoas nos grandes
centros, exigindo uma nova maneira de evangelizar de dialogar não somente com a
cidade, mas com as diferentes manifestações dentro da própria Igreja e nas
nossas comunidades. Vemos que novas formas de vivencia comunitárias, novos
grupos e lideranças estão surgindo em nosso meio, nos lembra Comblin:
O que vemos é um retorno ao passado, aqui ressalto que este retorno não é
só por parte da Igreja, mas também em relação à sociedade que de um modo geral
está no ciclo do retorno a este passado. É certo que atualmente não podemos
pensar nossa ação missionária no nordeste no mesmo contexto de 20 anos atrás.
O avanço do Nordeste
mostrado nas propagandas mostra uma grande desigualdade regional, excludente e
não sustentável, pois parte da lógica do capitalismo que tem como
característica principal a exploração. A conjuntura atual exige dos
missionários e missionárias uma ação profética em meio as realidades vividas
pelo povo nordestino, pois o APOSTOLICAM
ACTUOSITATEM, o Apostolado dos Leigos afirma:
“Os leigos exercem o seu apostolado multiforme tanto na Igreja como no
mundo. Em ambos os planos se abrem vários campos de atividade apostólica de que
queremos aqui lembrar os principais. São: as comunidades eclesiais, a família,
a juventude, o meio social, as ordens nacional e internacional.”
Nos últimos anos temos
visto um grande recuo por parte do Cristianismo, formas de viver a fé que
pareciam ter sido enterradas estão voltando. Diante das incertezas do futuro,
muitos têm recuado e assumido velhas práticas conservadoras, que se notam pelas
vestes, símbolos religiosos e discursos conservadores, mesmo diante deste
marasmo não se pode desanimar.
Como dizia o grande Dom Helder Câmara “É graça divina começar bem. Graça
maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca.”
Mesmo que chegue caindo os pedaços. Aqui é preciso lembrar a passagem Bíblica
de Lucas 8, 22-25, Jesus é o Timoneiro que está guiando o barco e nem mesmo as
mais fortes tempestades podem vencê-lo.
Podemos seguir adiante...
Texto: http://efmissionaria.blogspot.com.br/
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