O QUE É O ANO DA FÉ?
No último dia onze, o Papa Bento XVI abriu oficialmente o Ano da Fé com
uma celebração eucarística no Vaticano. A data também é comemorativa
pela memória ao jubileu de ouro do Concílio Vaticano II, um
acontecimento que marca a vida da Igreja até os dias atuais. Na homília,
o santo padre explicou que a celebração de abertura do ano da fé foi
enriquecida com alguns sinais específicos. “a
procissão inicial, que quis recordar a memorável procissão dos Padres
conciliares, quando entraram solenemente nesta Basílica; a entronização
do Evangeliário, cópia daquele que foi utilizado durante o Concílio; e a
entrega das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja
Católica, que realizarei no termo desta celebração, antes da Bênção
Final. Estes sinais não nos fazem apenas recordar, mas também nos
oferecem a possibilidade de ir além da comemoração. Eles nos convidam a
entrar mais profundamente no movimento espiritual que caracterizou o
Vaticano II, para que se possa assumi-lo e levá-lo adiante no seu
verdadeiro sentido. E este sentido foi e ainda é a fé em Cristo, a fé
apostólica, animada pelo impulso interior que leva a comunicar Cristo a
cada homem e a todos os homens, no peregrinar da Igreja nos caminhos da
história”. (Homília Papa Bento XVI Abertura Ano da Fé).
ANO DA FÉ
O Papa
Bento XVI publicou no dia 11 de outubro de 2011 a Carta Apostólica
Porta Fidei (porta da fé), tendo como objetivo preparar toda a Igreja para o
Ano da fé. Nessa Carta Apostólica, encontramos a motivação e os objetivos do
Santo Padre ao proclamar o Ano da fé, que se iniciou do dia 11 de outubro de
2012 e prosseguirá até o dia 24 de novembro de 2013.
Bento
XVI explica claramente quais são as suas intenções ao proclamar este ano, “Desde
o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de
redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a
alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo” (Cf. PF 2), “Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus,
transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento
de quantos são seus discípulos”(Cf. PF 3), “o Ano da Fé é convite para uma autêntica e
renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte
e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à
conversão de vida por meio da remissão dos pecados”( Cf. PF 6), “Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada
convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para
intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na
Eucaristia, que é «a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte
de onde promana toda a sua força». Simultaneamente esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua
credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada,
vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso
que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.( Cf. PF 9)”.
O santo
Padre também nos apresenta quais os documentos bases para o aprofundamento e
crescimento da fé neste Ano da Fé:“É precisamente nesta linha que o Ano
da Fé deverá exprimir um
esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos
fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a
sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de fato, sobressai a riqueza de
doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos
de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres
de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos
inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para
dar certeza aos crentes na sua vida de fé”( Cf. PF 12).
Portanto, o Ano da Fé é um convite a todos os crentes a redescobrirem o precioso valor da fé nos dias atuais, e assim, responder com convicção aos apelos do mundo contemporâneo que esperam autênticas testemunhas de Cristo.
Portanto, o Ano da Fé é um convite a todos os crentes a redescobrirem o precioso valor da fé nos dias atuais, e assim, responder com convicção aos apelos do mundo contemporâneo que esperam autênticas testemunhas de Cristo.
Homília do Papa Bento XVI na abertura do Ano da Fé
Queremos
apresentar, de maneira breve, alguns pontos que consideramos centrais da
homilia feita pelo Papa, no dia 11 de outubro de 2012, na celebração solene de
abertura do ano da fé, na Praça de São Pedro, os quais esclarecerão o porquê do
Ano da Fé.
O centro
da fé cristã “Jesus é o centro da fé cristã. O cristão crê em Deus através de
Jesus Cristo, que nos revelou a face de Deus. Ele é o cumprimento das
Escrituras e seu intérprete definitivo. Jesus Cristo não é apenas o objeto de
fé, mas, como diz a Carta aos Hebreus, é aquele “que em nós começa e completa a
obra da fé” (Hb 12,2)”.
Reavivando
o impulso interior à nova evangelização “Por isso, julgo que a coisa mais
importante, especialmente numa ocasião tão significativa como a presente, seja
reavivar em toda a Igreja aquela tensão positiva, aquele desejo ardente de
anunciar novamente Cristo ao homem contemporâneo. Mas para que este impulso
interior à nova evangelização não seja só um ideal e não peque de confusão, é
necessário que ele se apoie sobre uma base concreta e precisa, e esta base são
os documentos do Concílio Vaticano II, nos quais este impulso encontrou a sua
expressão”.
A
desertificação espiritual da nossa sociedade “Nos últimos decênios tem-se visto
o avanço de uma "desertificação" espiritual. Qual fosse o valor de
uma vida, de um mundo sem Deus, no tempo do Concílio já se podia perceber a
partir de algumas páginas trágicas da história, mas agora, infelizmente, o
vemos ao nosso redor todos os dias. É o vazio que se espalhou. No entanto, é
precisamente a partir da experiência deste deserto, deste vazio, que podemos
redescobrir a alegria de crer, a sua importância vital para nós homens e
mulheres. No deserto é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial
para a vida; assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus,
do sentido último da vida, ainda que muitas vezes expressos implícita ou
negativamente. E no deserto existe, sobretudo, necessidade de pessoas de fé
que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida,
mantendo assim viva a esperança. A fé vivida abre o coração à Graça de Deus que
liberta do pessimismo”.
O Ano
da Fé: “Eis aqui o modo como podemos representar este ano da Fé: uma
peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o
que é essencial: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas
túnicas - como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão (cf. Lc
9,3), mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio
Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como é o Catecismo da Igreja
Católica, publicado há 20 anos.”
Percebemos
que o ANO da FÉ não é um acontecimento para simplesmente movimentar a Igreja,
mas é um compromisso que toda a comunidade cristã assume de intensificar a
experiência viva de Cristo ressuscitado; a fé em Jesus nos impulsiona a sair em
missão, a sermos profetas anunciadores do Reino de Deus, pois é no Filho de
Deus que se encontra a verdade libertadora e salvadora da humanidade.
Talvez
muitas pessoas estejam enfraquecidas na fé, esperando que alguém mostre o
verdadeiro testemunho da ressurreição, talvez muitas pessoas perderam a
esperança na vida e estão à espera de alguém que possa apresentá-los à vida
plena, à vida eterna.
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