A VOLTA DE VITO MIRACAPILLO
Lembro como hoje. O general João Batista Figueiredo era o ditador de Plantão e assinou um ato expulsando do Brasil o padre Vito Miracapilo. O italiano era muito querido em Ribeirão e toda zona da mata e a atitude do representante do regime militar deixou Pernambuco em efervescência. O assunto dominou os jornais de Recife e as conversas dos moradores da capital. Foram promovidas manifestações a favor do religioso, os deputados do MDB fizeram contundentes pronunciamentos, mas nada adiantou. O regime ainda tinha forças e atendeu ao apelo do então deputado estadual Severino Cavalcanti.
O parlamentar pediu a expulsão do padre porque este se recusou a celebrar uma missa em Ribeirão, no dia 7 de setembro, alegando que o Brasil não era um país livre. Não era mesmo e os homens de farda faziam o que queriam.
Passados 31 anos, reconquistada a Democracia, Vito Miracapillo volta pela primeira vez ao Brasil. Chega ao Recife nesta terça-feira à noite. Irá visitar Ribeirão e Palmares. Passará 13 dias no país e irá tentar regularizar seus documentos para morar de vez entre nós. Tanto tempo e ele não esqueceu essas terras nordestinas.
O general Figueiredo, o último presidente do regime militar, morreu em 1999. Severino Cavalcanti cumpriu vários mandatos de deputado estadual, depois chegou à Câmara Federal, tendo sido cassado quando era presidente daquele poder, por corrupção. Hoje é prefeito de João Alfredo, na Zona da Mata pernambucana. O advogado Pedro Eurico, um dos grandes defensores de Miracapillo, ficou 20 anos na Assembléia Legislativa, tendo perdido seu mandato parlamentar no último pleito.
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