terça-feira, 25 de março de 2014


21 de outubro de 2011

Problema é não ter problemas


Homenagem. Padre Renato, ex-pároco do Santo Antônio, recebe título hoje.


O título desta matéria reproduz o lema sempre utilizado na casa da família Santos, em Rio do Sul. “Em nossa casa, nada vinha de mão beijada. Fomos educados para saber viver e lidar com as dificuldades e desafios da vida. O lema, no geral, era ‘problema é não ter problemas’. Pra tudo se dava um jeito. Nunca era tarde pra ser cedo.” Dentro dessa filosofia, o casal Sebastião e Olívia criou 12 filhos, seis homens e seis mulheres. O penúltimo, Renato, vem construindo uma carreira sacerdotal exemplar, dedicada à comunidade. Por isso, nesta sexta-feira ele recebe, na Câmara de Vereadores, o título de Cidadão Honorário de Joinville, três anos depois de ter trocado a cidade por Porto Alegre. Por aqui, deixou saudades especialmente entre a comunidade da paróquia Santo Antônio, com suas missas temáticas.


Nascido no dia 12 de outubro de 1961, Renato foi o único dos irmãos a decidir-se por um caminho diferente do pai, motorista de caminhão. “O pai – lembra – era o ídolo. Todos os manos queriam ser motoristas, exceto eu, que detestava o cheiro do óleo diesel.” Por isso, Renato foi para o seminário. “Nasci dentro de uma paróquia salesiana, e resolvi ser padre porque sentia interiormente uma vontade irresistível de entregar a vida a Deus.” Isso aconteceu aos 17 anos, motivo de polvorosa na família. “Não que meus familiares fossem contrários, mas já sentiam saudade antecipadamente”, justifica Renato, ordenado em 1991, em Rio do Sul.


Seu primeiro trabalho foi na gaúcha Viamão, onde se deparou com uma imensa comunidade de meninos e meninas de rua. “Houve um confronto entre o que estudei e a realidade. Isto me ajudou a redefinir conceitos filosóficos e sociológicos”, admite. Nessa época, Renato também dava aulas de filosofia na Arquidiocese de Porto Alegre. De 1995 a 97 ficou em Roma, onde fez mestrado em Teologia.


“Joinville me ensinou a ser pároco”


Em 2003, Renato dos Santos foi nomeado diretor do Instituto Joinvillense de Educação e Assistência e pároco da Paróquia Santo Antônio. Para ele, os seis anos passados na cidade foram de muito trabalho nas áreas da formação humana e cristã de adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. “Foram anos de crescimento em muitas dimensões da vida humana. O povo querido desta paróquia me ensinou a ser pároco.”


Na igreja do Bom Retiro, Renato fazia celebrações especiais para diferentes categorias, como médicos, dentistas, taxistas, professores, lojistas, comerciantes, empresários e casais. O culto mariano em Joinville tomou novo vigor, quando Renato começou a promover a maior procissão mariana de Joinville. Até hoje acontecem as missas de consagração das famílias a Nossa Senhora Auxiliadora. No final de 2008, Renato foi nomeado administrador da Província Salesiana do Sul do Brasil, mudando-se para Porto Alegre. Seu mandato vai até 31 de dezembro deste ano.


Sob o lema sacerdotal “Ai de mim se não evangelizar" (1Cor 9,16), Renato se considera em paz com o caminho escolhido. “Sou feliz por ter a consciência de ter sido um escolhido, sem mérito algum, para ser anunciador do Evangelho, celebrar a Eucaristia, ter um encontro diário com a Palavra de Deus, encontrar jovens, abençoar e contemplar a presença de Deus no rosto de tantas pessoas.” Ele frisa que o sacerdote não deixa de ser uma pessoa, com seus limites e dificuldades. “O importante é ver que Deus me escolheu assim mesmo, com meus limites. Ele não escolhe perfeitos, mas aperfeiçoa os escolhidos.”


SAIBA MAIS - Homenagem e jantar


A Câmara de Vereadores realiza na sexta-feira 921), às 19h, sessão solene de outorga do título de Cidadão Honorário ao padre Renato dos Santos, no plenário.


Em seguida, o Centro Educacional Dom Bosco promove um jantar de confraternização pelo título, com renda revertida em prol da Obra Social Dom Bosco.

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